02 junho, 2012

Baratas



A Barata, pertencente à ordem Blattaria, subsiste há mais de 300 milhões de anos e atualmente existindo cerca de 5000 espécies, no mundo. Esta espécie está espalhada nos mais diversos ambientes ao redor do mundo, principalmente nas regiões tropicais ou subtropicais, tais como, substrato de matas, ambientes aquáticos, desertos e cavernas. No entanto, menos de 5% das espécies são domésticas, ou seja, procuram convívio com o Homem. Estas espécies são consideradas sinantrópicas, graças à relação próxima que possuem com a nossa espécie e podem transmitir a grande maioria das doenças causadas por bactérias e fungos. Elas vivem no interior das residências (ou outras estruturas construídas pelo Homem), em redor das residências/estruturas e em anexos, como caixas de gordura, esgotos e outros locais húmidos e escuros. Cinco dessas espécies, nomeadamente, Blatella germânica, Supella longipalpa, Periplaneta americana, P. australasiae e Blatta orientalis, são encontrados em ambientes domésticos, a nível mundial.
A barata procura no ambiente urbano, condições propícias relacionadas com a disponibilidade de alimento, abrigo e água, tendo hábitos noturnos, que podem ser explicados através do mecanismo da seleção natural, porque durante a sua evolução, as baratas que se mantinham ativas à noite sobreviviam, ao contrário das que tinham hábitos diurnos. As baratas gostam de ambientes húmidos e algumas espécies preferem lugares quentes. Estas têm uma alimentação variada, sendo considerados insectos omnívoros, porque comem qualquer alimento, tendo principal atração por doces, alimentos gordurosos e de origem animal. Conseguem perceber o perigo através de mudanças na corrente do ar à sua volta, porque possuem pequenos pelos nas costas que funcionam como sensores.

ASPETOS BIOLÓGICOS
As baratas são insetos que têm o corpo ovalar e deprimido, podendo o seu tamanho variar entre alguns milímetros até quase dez centímetros. O formato e o tamanho variam dependendo da espécie, mas em género pode-se afirmar que as fémeas são maiores que os machos, porém os machos têm as asas mais desenvolvidas. A cabeça é curta, sub-triangular, apresentando olhos grandes e geralmente dois acelos (olhos simples). Em geral, as baratas são de coloração parda, marron ou negra, contudo existem espécies coloridas. Nas zonas tropicais, predominam as de cor marron avermelhada, além das cores verde e amarela.
Tanto os machos como as fêmeas apresentam dois pares de asas, sendo o primeiro par tipicamente coriáceo e o segundo membranoso. As antenas encontram-se inseridas entre os olhos compostos, podendo atingir o dobro do comprimento do corpo. As antenas manifestam um papel fundamental na sobrevivência da barata servindo não apenas como elemento de direção, mas também como captador de vibrações no ar de cheiro dos alimentos ou de feromonas.
O aparelho bucal das baratas possibilita mastigar/roer papéis, lombadas de livros, roupas sujas de alimentos, pelos, pintura, mel, pão, carne, batatas, gorduras. Contudo, algumas baratas alimentam-se de madeira (celulose), sendo tal alimento digerido por microrganismos, no interior do seu intestino.
As baratas apresentam coxas grandes, fêmures e tíbias com espinhos e, em geral, têm tarsos pentâmeros. O abdómen é séssil, alargado e deprimido, apresentando em geral dez segmentos. A postura dos ovos é feita dentro de uma cripta genital numa cápsula denominada ooteca.

CICLO DE VIDA
As baratas são insetos hemimetabólicos que apresentam metamorfoses graduais ou parciais contendendo um ciclo de vida composto por três fases, sendo elas, ovo, ninfa e adulto. (Figura 1)

Figura 1 – Ciclo de vida da barata

A fêmea produz uma cápsula protetora dos ovos denominada ooteca, na qual contém duas filas sobrepostas e separadas por uma membrana. Dependendo da espécie, o número de ovos varia de 4 a 50. A ooteca é colocada num lugar seguro, próximo de uma fonte de alimentos. (Figura 2)

Figura 2 - Ooteca

Quando passam de ovos para ninfas, estas rompem a ooteca e na maioria das espécies, à excepção da Periplaneta americana (Barata de esgoto), são libertas com o auxílio da mandíbula materna.
No estádio de ninfa, são semelhantes às adultas, porém diferenciam-se pela coloração clara, por não possuírem asas, por sofrerem mudas para crescer e a última muda corresponde à barata adulta, com asas totalmente formadas e sexualmente madura. (Figura 3)

Figura 3 – Diferenciação de ooteca, ninfa e adulto

Após a última muda, as ninfas permanecem com uma aparência esbranquiçada até que o novo esqueleto adquira o endurecimento original, num período de aproximadamente de 24 horas. Durante este período, as baratas estão sujeitas ao ataque da própria espécie e ao canibalismo.
O desenvolvimento da barata, desde o ovo à fase adulta, depende de vários fatores como as condições de temperatura e humidade, a espécie, a quantidade de alimento e teor de proteína disponível e outras condições ambientais.
Em suma, o ciclo de vida da barata pode variar entre 53 dias a 2 anos, dependendo da espécie em causa.

Video 1 - Video sobre as Baratas

Apesar de existir inúmeras baratas, na Espanha são encontradas, na sua maioria, as baratas domésticas, sendo elas, Blatella germânica, Periplaneta americana e Blatta orientalis. (Figura 4)


Periplaneta americana
A Periplaneta americana também conhecida como barata americana ou barata do esgoto mede entre 28-44 milímetros e é de cor marrom avermelhada. Esta espécie é voadora, sendo as asas do macho maiores que o corpo e na fémea são pequenas. A ooteca é transportada pela fêmea durante vários dias, antes de ser depositada, podendo uma fêmea ao longo da sua vida produzir 10 a 15 ootecas, contendo numa ooteca 6 a 28 ovos. Quando eclodem em ninfas estas sofrem 7 a 13 mudas, podendo ter uma duração no estádio de cinco meses, mas podem chegar a 15 meses como ninfas.
Gostam de lugares como porões, ralos, lixos e esgotos, vivendo principalmente em interiores dos edifícios, sotons, zonas de bastante calor e humidade. Comem de tudo, mas têm uma grande atração por bebidas alcoólicas, em especial por cerveja.

Blatella germânica
A Blatella germânica também conhecida como barata alemã mede entre 12-15 milímetros e é de cor marrom claro com duas manchas escuras no tórax. Esta espécie não voa e tem as asas do tamanho do corpo, em ambos os sexos. A ooteca é transportada pela fêmea até estarem quase a eclodir, podendo uma fêmea, ao longo da sua vida produzir 4 a 8 ootecas, contendo numa ooteca 35 a 40 ovos. Quando eclodem em ninfas estas sofrem 5 a 7 mudas, podendo ter uma duração no estádio de seis semanas até seis meses como ninfas.
Preferem zonas quentes e muito húmidas, vivendo em edifícios quentes, barcos, casas de banho e cozinhas.

Blatta orientalis
A Blatta orientalis também conhecida como barata oriental mede entre 25-30 milímetros e é de cor marrom escuro ou preta. Esta espécie voa e a ooteca é depositada poucas horas antes de eclodir, podendo uma fêmea ao longo da sua vida produzir 5 a 10 ootecas, contendo numa ooteca 18 ovos. Quando eclodem em ninfas estas sofrem 6 a 10 mudas, podendo ter uma duração no estádio de cinco a nove meses, como ninfas.
Gostam de lugares frios e húmidos como porões e ralos. Comem de tudo.

Figura 4 – Diferenciação da Barata Americana, Oriental e Germânica

MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLO
Quando se suspeita da existência deste parasita, deve-se realizar uma investigação nos potenciais esconderijos para tentar averiguar onde pode ter surgido a infestação. Contudo, é necessário tomar algumas medidas de prevenção e controlo, tais como:
- Manter os alimentos guardados em recipientes fechados, impedindo o acesso das baratas;
- Conservar os armários e as despensas fechadas, sem resíduos de alimentos;
- Verificar periodicamente, gretas e cantos de armários e paredes;
- Recolher restos de alimentos e qualquer outro tipo de lixo em recipientes adequados;
- Remover caixas de papelão e lixo em locais não apropriados;
- Colocar borracha de vedação na parte inferior externa das portas;
- Remover e destruir ootecas;
- Vedar/Selar as rachaduras, gretas, fendas que possam servir de abrigo para as baratas;
- Manter a casa sempre limpa;
- Procurar os possíveis abrigos das baratas, perto de fontes de calor e com pouca luminosidade, como motor do frigorífico, fogões, fornos, entre outros.

Se verificar que o problema persiste, deve procurar/consultar uma empresa especializada no controlo destas pragas, para tratar este problema. Caso seja necessário, deve utilizar técnicas e produtos para combater a infestação os quais apresentem o menor risco para a saúde humana e meio ambiente.

Os técnicos especializados da Rentokil, quando realizam uma visita a um estabelecimento de hotelaria, estabelecimento alimentar, estabelecimentos de restauração, habitações, entre outros, devido à suspeita desta praga, irão investigar os potenciais locais de ocorrência desta. Na sua visita e para estabelecer o tratamento adequado são verificadas todas as zonas onde esta praga procura esconder-se.
Os técnicos profissionais da Rentokil Initial devem conhecer a biologia da praga para utilizar esses conhecimentos como ajuda no controlo da infestação.

Os tratamentos que se podem aplicar são:

- Uso de pó de contacto;
- Cebos
- Pulverização com produtos adequados (inseticidas líquidos ou lacas);
- Fumigação gasosa;
- Fumos inseticidas.
 
(Video em atualização)

Os tratamentos realizam-se segundo o protocolo de segurança previamente acordados com o cliente e deverão ser eficazes e seguros, protegendo sempre adequadamente o cliente durante as aplicações, tendo em conta os “prazos de segurança” dos produtos e evitando, o mais possível, contaminações por contacto.


RISCO PARA A SAÚDE
As baratas adoram viver em lugares sujos e escuros. Estas podem causar sérios problemas para a saúde humana porque estão sempre em contacto com bactérias, sendo transmissoras de algumas doenças através dos microorganismos que estão veiculados nas patas e no corpo destas, adquiridos quando percorrem esgotos, lixeiras e outros lugares contaminados.
Os microorganismos mais comuns associados às baratas incluem bactérias dos géneros Salmonella, Staphylococcus, Streptococcus Coliform, Bacillus e Clostridium, Escherichia coli e a Shigella dysenteriae. Desta forma, as baratas podem causar gastroenterites (inflamação no estômago e intestino), intoxicações alimentares, tuberculose, cólera, hepatite A e B, febre tifoide, ténias e surtos diarreicos, quando do contacto destes animais (sua saliva ou excremento) com alimentos ou utensílios de uso humano.


Como futura Técnica de Saúde Ambiental e segundo o Decreto-Lei n.º 117/95 de 30 de Maio, tenho o dever de identificar e caracterizar fatores de risco para a saúde originados no ambiente, realizando a vigilância sanitária básica e luta contra meios e agentes de transmissão de doença.
Como referi acima, as baratas são consideradas um vetor transmissível de doença e, por esse motivo, tenho o dever de prevenir e promover a saúde pública, realizando ações de controlo e vigilância sanitária de sistemas, estruturas e atividades com interação no ambiente, para prevenir e controlar esta praga.
Na Rentokil, o meu dever como Técnica de Saúde Ambiental é identificar e caracterizar os fatores de risco para a saúde e promover ações de controlo e vigilância desta praga, nos locais que necessitam ajuda.

Referências Bibliográficas
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Brasil Escola. Barata (Ordem Blattaria). Consultado a 15 de Março de 2012. Disponível em URL: http://www.brasilescola.com/animais/barata.htm
Diário da República. Ministério da Saúde. Decreto-Lei n.º 117/95 de 30 de Maio. Consultado a 15 de Março de 2012. Disponível em URL: http://estescoimbra.pt/images/admin/file/Sa%C3%BAde%20Ambiental/Decreto-Lei%20117-95.pdf
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Fim das Pragas. Baratas e as doenças que causam. Baratas. Consultado a 15 de Março de 2012. Disponível em URL: http://fim_das_pragas.no.comunidades.net/index.php?pagina=1354597961
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Rentokil Portugal. Controlo de Baratas da Rentokil. Consultado a 15 de Março de 2012. Disponível em URL: http://www.rentokil.pt/clientes-sector-domestico/insectos-rastejantes/baratas/index.html
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Kirei. Baratas. Consultado a 15 de Março de 2012. Disponível em URL: http://www.kireipragas.com.br/baratas.html

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