A Barata,
pertencente à ordem Blattaria, subsiste há mais de 300 milhões de anos e atualmente
existindo cerca de 5000 espécies, no mundo. Esta espécie está espalhada nos
mais diversos ambientes ao redor do mundo, principalmente nas regiões tropicais
ou subtropicais, tais como, substrato de matas, ambientes aquáticos, desertos e
cavernas. No entanto, menos de 5% das espécies são domésticas, ou seja,
procuram convívio com o Homem. Estas espécies são consideradas sinantrópicas, graças
à relação próxima que possuem com a nossa espécie e podem transmitir a grande
maioria das doenças causadas por bactérias e fungos. Elas vivem no interior das
residências (ou outras estruturas construídas pelo Homem), em redor das
residências/estruturas e em anexos, como caixas de gordura, esgotos e outros
locais húmidos e escuros. Cinco dessas espécies, nomeadamente, Blatella germânica, Supella longipalpa,
Periplaneta americana, P. australasiae e Blatta orientalis, são encontrados
em ambientes domésticos, a nível mundial.
A barata procura
no ambiente urbano, condições propícias relacionadas com a disponibilidade de
alimento, abrigo e água, tendo hábitos noturnos, que podem ser explicados
através do mecanismo da seleção natural, porque durante a sua evolução, as
baratas que se mantinham ativas à noite sobreviviam, ao contrário das que
tinham hábitos diurnos. As baratas gostam de ambientes húmidos e algumas
espécies preferem lugares quentes. Estas têm uma alimentação variada, sendo
considerados insectos omnívoros, porque comem qualquer alimento, tendo
principal atração por doces, alimentos gordurosos e de origem animal. Conseguem
perceber o perigo através de mudanças na corrente do ar à sua volta, porque
possuem pequenos pelos nas costas que funcionam como sensores.
ASPETOS BIOLÓGICOS
As baratas são
insetos que têm o corpo ovalar e deprimido, podendo o seu tamanho variar entre
alguns milímetros até quase dez centímetros. O formato e o tamanho variam
dependendo da espécie, mas em género pode-se afirmar que as fémeas são maiores
que os machos, porém os machos têm as asas mais desenvolvidas. A cabeça é
curta, sub-triangular, apresentando olhos grandes e geralmente dois acelos
(olhos simples). Em geral, as baratas são de coloração parda, marron ou negra, contudo
existem espécies coloridas. Nas zonas tropicais, predominam as de cor marron
avermelhada, além das cores verde e amarela.
Tanto os machos
como as fêmeas apresentam dois pares de asas, sendo o primeiro par tipicamente coriáceo
e o segundo membranoso. As antenas encontram-se inseridas entre os olhos
compostos, podendo atingir o dobro do comprimento do corpo. As antenas
manifestam um papel fundamental na sobrevivência da barata servindo não apenas
como elemento de direção, mas também como captador de vibrações no ar de cheiro
dos alimentos ou de feromonas.
O aparelho bucal
das baratas possibilita mastigar/roer papéis, lombadas de livros, roupas sujas
de alimentos, pelos, pintura, mel, pão, carne, batatas, gorduras. Contudo,
algumas baratas alimentam-se de madeira (celulose), sendo tal alimento digerido
por microrganismos, no interior do seu intestino.
As baratas
apresentam coxas grandes, fêmures e tíbias com espinhos e, em geral, têm tarsos
pentâmeros. O abdómen é séssil, alargado e deprimido, apresentando em geral dez
segmentos. A postura dos ovos é feita dentro de uma cripta genital numa cápsula
denominada ooteca.
CICLO DE VIDA
As baratas são
insetos hemimetabólicos que apresentam metamorfoses graduais ou parciais
contendendo um ciclo de vida composto por três fases, sendo elas, ovo, ninfa e
adulto. (Figura 1)
Figura 1 – Ciclo de vida da barata
A fêmea produz
uma cápsula protetora dos ovos denominada ooteca, na qual contém duas filas
sobrepostas e separadas por uma membrana. Dependendo da espécie, o número de
ovos varia de 4 a 50. A ooteca é colocada num lugar seguro, próximo de uma
fonte de alimentos. (Figura 2)
Figura 2 - Ooteca
Quando passam de
ovos para ninfas, estas rompem a ooteca e na maioria das espécies, à excepção
da Periplaneta americana (Barata de
esgoto), são libertas com o auxílio da mandíbula materna.
No estádio de
ninfa, são semelhantes às adultas, porém diferenciam-se pela coloração clara,
por não possuírem asas, por sofrerem mudas para crescer e a última muda
corresponde à barata adulta, com asas totalmente formadas e sexualmente madura.
(Figura 3)
Figura 3 – Diferenciação de ooteca, ninfa e adulto
Após a última
muda, as ninfas permanecem com uma aparência esbranquiçada até que o novo
esqueleto adquira o endurecimento original, num período de aproximadamente de
24 horas. Durante este período, as baratas estão sujeitas ao ataque da própria
espécie e ao canibalismo.
O desenvolvimento
da barata, desde o ovo à fase adulta, depende de vários fatores como as
condições de temperatura e humidade, a espécie, a quantidade de alimento e teor
de proteína disponível e outras condições ambientais.
Em suma, o ciclo
de vida da barata pode variar entre 53 dias a 2 anos, dependendo da espécie em
causa.
Video 1 - Video sobre as Baratas
Apesar de existir
inúmeras baratas, na Espanha são encontradas, na sua maioria, as baratas
domésticas, sendo elas, Blatella
germânica, Periplaneta americana e Blatta orientalis. (Figura 4)
Periplaneta
americana
A Periplaneta americana também conhecida
como barata americana ou barata do esgoto mede entre 28-44 milímetros e é de
cor marrom avermelhada. Esta espécie é voadora, sendo as asas do macho maiores
que o corpo e na fémea são pequenas. A ooteca é transportada pela fêmea durante
vários dias, antes de ser depositada, podendo uma fêmea ao longo da sua vida
produzir 10 a 15 ootecas, contendo numa ooteca 6 a 28 ovos. Quando eclodem em
ninfas estas sofrem 7 a 13 mudas, podendo ter uma duração no estádio de cinco
meses, mas podem chegar a 15 meses como ninfas.
Gostam de lugares
como porões, ralos, lixos e esgotos, vivendo principalmente em interiores dos
edifícios, sotons, zonas de bastante calor e humidade. Comem de tudo, mas têm
uma grande atração por bebidas alcoólicas, em especial por cerveja.
Blatella
germânica
A Blatella germânica também conhecida como
barata alemã mede entre 12-15 milímetros e é de cor marrom claro com duas
manchas escuras no tórax. Esta espécie não voa e tem as asas do tamanho do
corpo, em ambos os sexos. A ooteca é transportada pela fêmea até estarem quase
a eclodir, podendo uma fêmea, ao longo da sua vida produzir 4 a 8 ootecas,
contendo numa ooteca 35 a 40 ovos. Quando eclodem em ninfas estas sofrem 5 a 7
mudas, podendo ter uma duração no estádio de seis semanas até seis meses como
ninfas.
Preferem zonas
quentes e muito húmidas, vivendo em edifícios quentes, barcos, casas de banho e
cozinhas.
Blatta orientalis
A Blatta orientalis também conhecida como
barata oriental mede entre 25-30 milímetros e é de cor marrom escuro ou preta.
Esta espécie voa e a ooteca é depositada poucas horas antes de eclodir, podendo
uma fêmea ao longo da sua vida produzir 5 a 10 ootecas, contendo numa ooteca 18
ovos. Quando eclodem em ninfas estas sofrem 6 a 10 mudas, podendo ter uma
duração no estádio de cinco a nove meses, como ninfas.
Gostam de lugares
frios e húmidos como porões e ralos. Comem de tudo.
Figura 4 – Diferenciação da Barata Americana, Oriental e Germânica
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLO
Quando se
suspeita da existência deste parasita, deve-se realizar uma investigação nos
potenciais esconderijos para tentar averiguar onde pode ter surgido a
infestação. Contudo, é necessário tomar algumas medidas de prevenção e
controlo, tais como:
- Manter os
alimentos guardados em recipientes fechados, impedindo o acesso das baratas;
- Conservar os
armários e as despensas fechadas, sem resíduos de alimentos;
- Verificar
periodicamente, gretas e cantos de armários e paredes;
- Recolher restos
de alimentos e qualquer outro tipo de lixo em recipientes adequados;
- Remover caixas
de papelão e lixo em locais não apropriados;
- Colocar
borracha de vedação na parte inferior externa das portas;
- Remover e destruir
ootecas;
- Vedar/Selar as
rachaduras, gretas, fendas que possam servir de abrigo para as baratas;
- Manter a casa
sempre limpa;
- Procurar os
possíveis abrigos das baratas, perto de fontes de calor e com pouca
luminosidade, como motor do frigorífico, fogões, fornos, entre outros.
Se verificar que
o problema persiste, deve procurar/consultar uma empresa especializada no
controlo destas pragas, para tratar este problema. Caso seja necessário, deve
utilizar técnicas e produtos para combater a infestação os quais apresentem o
menor risco para a saúde humana e meio ambiente.
Os técnicos
especializados da Rentokil, quando realizam uma visita a um estabelecimento de
hotelaria, estabelecimento alimentar, estabelecimentos de restauração,
habitações, entre outros, devido à suspeita desta praga, irão investigar os
potenciais locais de ocorrência desta. Na sua visita e para estabelecer o tratamento
adequado são verificadas todas as zonas onde esta praga procura esconder-se.
Os técnicos
profissionais da Rentokil Initial devem conhecer a biologia da
praga para utilizar esses conhecimentos como ajuda no controlo da infestação.
Os tratamentos
que se podem aplicar são:
- Uso de pó de
contacto;
- Cebos
- Pulverização com produtos adequados
(inseticidas líquidos ou lacas);
- Fumigação
gasosa;
- Fumos
inseticidas.
(Video em atualização)
Os tratamentos
realizam-se segundo o protocolo de segurança previamente acordados com o
cliente e deverão ser eficazes e seguros, protegendo sempre adequadamente o
cliente durante as aplicações, tendo em conta os “prazos de segurança” dos
produtos e evitando, o mais possível, contaminações por contacto.
RISCO PARA A SAÚDE
As baratas adoram viver em lugares sujos e escuros. Estas podem causar
sérios problemas para a saúde humana porque estão sempre em contacto com
bactérias, sendo transmissoras de algumas doenças através dos microorganismos
que estão veiculados nas patas e no corpo destas, adquiridos quando percorrem
esgotos, lixeiras e outros lugares contaminados.
Os microorganismos mais comuns associados às baratas incluem bactérias
dos géneros Salmonella, Staphylococcus, Streptococcus Coliform,
Bacillus e Clostridium, Escherichia coli e a Shigella dysenteriae. Desta forma, as baratas podem causar
gastroenterites (inflamação no estômago e intestino), intoxicações alimentares,
tuberculose, cólera, hepatite A e B, febre tifoide, ténias e surtos diarreicos,
quando do contacto destes animais (sua saliva ou excremento) com alimentos ou
utensílios de uso humano.
Como futura
Técnica de Saúde Ambiental e segundo o Decreto-Lei n.º 117/95 de 30 de Maio,
tenho o dever de identificar e caracterizar fatores de risco para a saúde
originados no ambiente, realizando a vigilância sanitária básica e luta contra
meios e agentes de transmissão de doença.
Como referi
acima, as baratas são consideradas um vetor transmissível de doença e, por esse
motivo, tenho o dever de prevenir e promover a saúde pública, realizando ações
de controlo e vigilância sanitária de sistemas, estruturas e atividades com
interação no ambiente, para prevenir e controlar esta praga.
Na Rentokil, o meu dever como Técnica de
Saúde Ambiental é identificar e caracterizar os fatores de risco para a saúde e
promover ações de controlo e vigilância desta praga, nos locais que necessitam
ajuda.
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