A bactéria Legionella foi descoberta em 1976 e confirmada como agente
responsável e causador de doença pulmonar grave no Homem. (Figura 1)
Figura
1 – Bactéria Legionella
A
Legionella é uma bactéria que pertence a família Legionellacease sendo conhecidas 30 espécies e mais de 50
subespécies. Esta é uma bactéria em forma de bacilo, pertencente ao grupo das
bactérias gram negativas e é dotada de flagelos que facilitam a sua
movimentação.
A Legionella
está presente em meios aquáticos naturais. Também se encontra em sistemas
de água criados pelo Homem, atuando como meios amplificadores e propagadores da
Legionella. Esta bactéria dispersa-se
pelo ar e penetra no sistema respiratório do Homem, através de aerossóis,
podendo produzir infeções. (Figura 2)
Figura
2 – Esquema de transmissão
da Legionella
A bactéria Legionella necessita de condições ambientais que favoreçam a sua
proliferação e o seu desenvolvimento, assim como a existência de dispositivos
geradores de aerossóis, para que possa penetra no sistema respiratório do Homem.
Para sobreviver necessita de água, sendo capaz de sobreviver nas temperaturas
compreendidas entre 20ºC a 60º C. A sua multiplicação e crescimento realizam-se
nas temperaturas compreendidas entre 20ºC a 45ºC, sendo as condições ótimas de
temperatura para o seu desenvolvimento entre 35ºC a 37ºC. (Figura 3)
Figura
3 – Efeitos da temperatura
na bactéria Legionella
As instalações vistas como fontes de
contaminação são:
- Sistemas de água quente e fria;
- Torres de refrigeração e condensadores
evaporativos;
- Banheiras e piscinas de hidromassagem e
fontes de água termais;
- Fontes;
- Humificadores ambientais;
- Túneis de lavagem de carros;
- Sistemas de rega;
- Materiais terapêuticos respiratórios.
No geral, todos os componentes de uma
instalação propiciam a possibilidade de multiplicar a bactéria, dando lugar aos
aerossóis, os quais estão expostas a população.
Em suma, o risco de contrair esta doença a
partir de uma instalação vai depender de inúmeros fatores, tais como:
- Presença, tipo e concentração da Legionella na instalação;
- Formação de aerossóis e localização de uma
fonte produtora de aerossóis;
- Duração da exposição;
- Quantidade de pessoas expostas aos
aerossóis;
- Condições das instalações (temperatura da
água, grau de limpeza, manutenção, entre outros).
Os serviços da Sanidade Ambiental da Rentokil Initial têm como finalidade
realizar a prevenção e o controlo da multiplicação e disseminação dos
diferentes agentes microbiológicos, tais como as bactérias do género Legionella.
Para regular as ações preventivas e de
controlo, foi aprovada no Real Decreto 865/2003 de 4 de Julho, os critérios higiénico-sanitários
para a prevenção e controlo desta bactéria.
Tanto nos tratamentos de limpeza e
desinfeção, como na manutenção da qualidade físico-químico da água, devem
considerar-se, as características de cada instalação e da água a tratar. É
fundamental averiguar a utilização dos procedimentos físicos, assim como os distintos
produtos químicos como biocida, anticrustante, anticorrosivo ou biodispersante,
entre outros.
Os técnicos especializados que utilizam
estes produtos químicos devem conhecer detalhadamente as suas funções,
naturezas e propriedades devido aos riscos que provocam na sua manipulação e as
incompatibilidades entre produtos químicos. Quando os técnicos realizam estes
trabalhos devem utilizar os Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) adequados
às operações/tratamentos, tais como: traje resistente a agentes químicos,
botas, luvas de nitrilo, óculos protetores e máscara com filtro para
partículas, gases e vapores.
Os técnicos realizam tratamentos nas torres
de refrigeração, nos depósitos de acumulação de água, na rede de água quente
sanitária e água fria de consumo humano e também realizam colheitas de amostras
de água para análise microbiológica e físico-químico.
Tratamento
de Torres de Refrigeração
Antes de se iniciar o tratamento é necessário
observar e anotar o estado do sistema. Após o conhecimento do circuito de água,
procede-se ao adicionamento, na torre de refrigeração, dos produtos, hipoclorito sódico, anticorrosivo,
biodispersante e antiespumante, sendo necessário que os ventiladores da
torre estejam parados e só funcionem as bombas de recirculação. Os produtos
adicionados devem circular no sistema durante duas a três horas. Depois do
tempo de circulação dos produtos no sistema, a torre de refrigeração é
esvaziada para proceder a sua limpeza e desinfeção. Os separadores de gotas são
limpos e desinfetados com materiais adequados e necessários assim como os filtros
de aspiração e a torre. Por fim, a torre é novamente cheia para voltar a
circular normalmente.
Tratamento
de depósitos de acumulação de água
Antes de se começar o tratamento é
necessário observar e anotar o estado do sistema. Seguidamente, procede-se ao esvaziamento
do depósito para posteriormente se limpar e desinfetar, eliminando por meios
mecânicos, todos os sólidos do interior do depósito, tais como lodos e
particulares sedimentares, entre outros. O depósito deve ser lavado com água
com pressão e detergentes autorizados.
Quando o tratamento estiver todo efetuado,
volta-se a encher o depósito e verifica-se a quantidade do cloro livre
residual, que deve respeitar o intervalo de 0,2-0,8 ppm.
Tratamento
de redes de água quente sanitária e água fria de consumo humano
Antes de se começar o tratamento é
necessário observar e anotar o estado do sistema. Porém, nos sistemas de água
quente sanitária e água fria de consumo humano, os procedimentos estabelecidos para
o tratamento e desinfeção da rede são distintos. Realiza-se a desinfeção química através da
hipercloracão do sistema que é igual para a água quente e fria. Já a desinfeção térmica realiza-se através da
elevação da temperatura e só é possível realizá-la em determinados sistemas de
água quente sanitária.
Colheita
de amostras de água para análises microbiológicas e físico-químicas
Os técnicos realizam colheitas de amostras
representativas da água para poder determinar a sua qualidade microbiológica e
os parâmetros físico-químicos. As colheitas são efetuadas em frascos adequados
e esterilizados e devidamente rotulados, com uma referência que permita a sua
identificação. Após realizada a colheita de amostra de água, esta deve ser
reencaminhada para o laboratório, o mais breve possível.
Para
finalizar, a Doença dos Legionários constitui um problema para a Saúde Pública,
verificando-se uma clara relação causa-efeito com a colonização das bactérias
do género Legionella na água, em
sistemas de grandes edifícios, sobretudo quando esses sistemas estão mal
concebidos, mal instalados ou com má manutenção. Existem duas situações
distintas, que não se devem confundir. Uma representada pela colonização das
bactérias, deste género, na água e a outra caracterizada pelo aparecimento de
um ou mais casos da Doença dos Legionários. É notório, que as condições
ambientais que favorecem a colonização em sistemas artificiais de água por
bactérias do género Legionella, são
essencialmente, a temperatura, a estagnação e a existência de nutrientes na
água. Para tal, é necessário tomar medidas para controlar e prevenir esta
bactéria.
Vídeo 4 - Atividades desenvolvidas na temática Legionella
Como futura Técnica de Saúde Ambiental e
segundo o Decreto-Lei n.º 117/95 de 30 de Maio, tenho o dever de identificar e
caracterizar fatores de risco para a saúde originados no ambiente, realizando a
vigilância sanitária básica e luta contra meios e agentes de transmissão de
doença.
Como referi anteriormente, a bactéria Legionella é considerada um vetor
transmissível de doença e, por esse motivo, tenho o dever de prevenir e
promover a saúde pública, realizando ações de prevenção, controlo e vigilância
sanitária de sistemas, estruturas de água para prevenir e controlar esta
bactéria.
Na Rentokil,
o meu dever como Técnica de Saúde Ambiental é identificar e caracterizar os
fatores de risco para a saúde e promover ações de prevenção, controlo e
vigilância nos sistemas de água.
Referências
Bibliográficas
Diário da República. Ministério da Saúde.
Decreto-Lei n.º 117/95 de 30 de Maio. Consultado a 20 de Abril de 2012.
Disponível em URL: http://estescoimbra.pt/images/admin/file/Sa%C3%BAde%20Ambiental/Decreto-Lei%20117-95.pdf
Real Decreto 856/2003 del 4 de Julio, por el
que se establecen los critérios higiénico-sanitarios para la prevención y
control de la Legionelosis. Consultado a 20 de Abril de 2012.
Rentokil – Los expertos en control de
plagas. Prevencion y control de Legionelogis. Consultado a 20 de Abril de 2012.
Rentokil Initial. Guia de Operaciones para
Servicios – Sanidad Ambiental. (2º Edição, Março 2007). Consultado a 20 de
Abril de 2012.
Youtube. Legionella. Consultado a 20 de
Abril de 2012. Disponível em URL: http://www.youtube.com/watch?v=dD4d_apLtl0
Youtube. Legionella Training
Film. Consultado a 20 de Abril de 2012. Disponível em URL: http://www.youtube.com/watch?v=BYpwVQEwpeA
Youtube. Torre de Refrigeración
Antilegionella (Español). Consultado a 20 de Abril de 2012. Disponível em URL: http://www.youtube.com/watch?v=ph3rH06DlFY&feature=related
É contagiosa ??
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